Como criar bons prompts para usar a Inteligência Artificial na Educação
- João Francisco Amado
- Apr 14
- 3 min read

A Inteligência Artificial está a transformar o ensino e a formação. Contudo, para que a IA seja verdadeiramente útil em contexto educativo, é fundamental saber formular boas instruções, ou seja, criar bons prompts. Esta competência é cada vez mais valiosa para professores, formadores e técnicos de educação.
Neste artigo, explicamos como construir bons prompts, com exemplos práticos e orientados para a sala de aula, e mostramos como tirar o melhor partido de ferramentas como o ChatGPT para criar conteúdos, atividades, imagens e testes.
1. Um bom prompt começa com clareza
Os modelos de linguagem não adivinham intenções. Quanto mais vago for o pedido, maior a probabilidade de a resposta ser genérica, incompleta ou até incorreta.
Veja este exemplo:
❌ “Fala sobre avaliação.”
✅ “Escreve um texto de 3 parágrafos para um público de professores do ensino básico a explicar o que é a avaliação formativa, como se distingue da avaliação sumativa e que estratégias práticas podem ser aplicadas na sala de aula.”
A diferença? A segunda versão define claramente o público-alvo, o conteúdo esperado e o formato do output.
2. Estrutura ideal: Cabeça, Tronco e Membros
Um prompt eficaz é composto por três partes:
Contexto: Qual é o cenário? Quem é o utilizador? Em que disciplina ou nível estamos a trabalhar?
Objetivo: O que se pretende alcançar? Informar, propor, avaliar, adaptar?
Output esperado: Que tipo de resposta queremos? Texto? Teste? Imagem? Sugestão? Com que detalhe?
Exemplo:
“Assume o papel de um professor de Ciências Naturais experiente. Estou a preparar uma sessão de 2 horas para alunos do 7.º ano sobre o ciclo da água. O meu objetivo é introduzir o tema de forma prática. Sugere uma atividade de quebra-gelo criativa, com descrição detalhada, tempo estimado e materiais necessários.”
3. Usa personas e tons específicos
Um dos grandes trunfos da IA é poder “assumir papéis”. Podemos pedir que responda como um professor, psicólogo, diretor de turma ou técnico de inclusão. Também podemos ajustar o tom (simples, técnico, inspirador…) e o tipo de linguagem.
“Responde como se fosses um coordenador pedagógico a explicar a um grupo de professores do 1.º ciclo as vantagens da avaliação formativa, usando uma linguagem clara, próxima e com exemplos do dia a dia.”
Este tipo de detalhe permite obter respostas mais realistas, úteis e adaptadas à prática docente.
4. Exemplos práticos de prompts úteis para a educação
Abaixo, partilhamos alguns dos pedidos mais procurados por quem trabalha no setor da educação:
Criação de imagens educativas
“Cria uma imagem simples e clara sobre o metabolismo celular, adequada para um slide do 9.º ano de Ciências Naturais.”
“Cria uma imagem com um cronograma de avaliação: teste a 15 de março e entrega de trabalho a 20 de março.”
Dinâmicas pedagógicas
“Propõe uma dinâmica prática de 30 minutos sobre os estados da matéria, para alunos do 5.º ano, com trabalho em grupo e materiais simples.”
“Adapta a dinâmica a alunos com PHDA ou pouco participativos.”
Diferenciação pedagógica
“Sugere estratégias para adaptar uma aula de História do 8.º ano sobre a Revolução Francesa, para uma turma com alunos com dislexia e dificuldades cognitivas ligeiras.”
“Inclui exemplos de diferenciação nos conteúdos, atividades e formas de avaliação.”
Avaliação e testes
“Cria um teste de 45 minutos para alunos do 12.º ano, na disciplina de Biologia, sobre genética. Inclui perguntas de escolha múltipla, resposta curta e desenvolvimento. Indica cotação, critérios de correção e grau de dificuldade.”
A utilização de IA no ensino não substitui o trabalho do educador — mas potencia-o, desde que saibamos dar instruções claras, intencionais e específicas. O segredo está na qualidade do prompt.
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